top of page

House Music - Ontem e hoje

House Music - Ontem e hoje

House Music... Quem nunca ouviu falar da vertente musical chamada House Music? Muitos até hoje não sabem ao certo o porque do nome "House" já que sua tradução direta do inglês significa "casa" e não teria tanto significado musical, mas iniciando uma viagem no tempo, mais precisamente nos idos dos anos 70 e período onde a Disco Music estava explodindo em todo mundo, inclusive no Brasil, existiu uma casa noturna, em Chicago, entre 1977 e 1983 e essa casa se destacou por se diferenciar da maioria, por ter um público predominante de negros e latinos que iam dançar um som diferente, mas bem próximo da Disco Music que era feito por um DJ chamado Frankie Knuckles. O club se chamava Warehouse e neste período, as pessoas passaram a se referir ao tipo de som que rolava lá como "house's music" ou seja a música da house = a música que tocava na Warehouse.

Frankie Knuckles foi um dos pioneiros do gênero e hoje em dia é considerado o "Pai da House Music", mas destacamos outros artistas/DJs da cena como Tony Humphries, Phuture, Kym Mazelle e Mr. Fingers que tiveram sua participação em difundir o estilo.

A House Music também teve uma influência das retransmissões de mensagens políticas para pessoas que eram consideradas como marginais da sociedade. A música apelou para aqueles que não se encaixavam na sociedade americana mainstream, o que foi especialmente comemorado por muitos negros na época. Frankie Knuckles chegou a dizer uma vez que o clube de Warehouse em Chicago era como "igreja". As letras profundas da House continham também mensagens que pediam igualdade para a comunidade negra.

Rapidamente a House Music se espalhou para outras cidades americanas, como Detroit, Nova York, Baltimore e Newark - todos os quais desenvolveram suas próprias cenas regionais. Em meados dos anos 80, a música house tornou-se popular na Europa, bem como as principais cidades da América do Sul e Austrália.

O sucesso se consolidou no final da decada de 80, quando alguns hits como: "Pump Up The Volume" do MARRS (1987), "House Nation" do House Master Boyz e Rude Boy of House (1987), "Theme from S'Express" do S 'Express (1988),' Doctorin 'the House' de Coldcut (1988) e Marshall Jefferson - Move your body de 1986, que é considerada por muitos como o marco zero da House Music, invadiram as paradas pop de todo mundo, inclusive o Brasil com o lançamento de uma coletânea pela Som Livre, chamada Acid House, contendo vários desses hits mundiais, incluindo Beat Dis do Bomb The Bass.

Alguns artistas e grupos como Madonna, Janet Jackson, Paula Abdul, Aretha Franklin, Bananarama, Diana Ross, Tina Turner, Whitney Houston, Kylie Minogue, Dannii Minogue, Björk e até o Rei do Pop, Michael Jackson incorporaram o gênero em seus trabalhos logo no inicio da década de 1990, onde diversos artistas optavam por ter uma versão house de sua música, mesmo que não tivesse absolutamente nada a ver com seu estilo e possibilitou o nascimento de diversos grupos e/ou projetos que utilizavam os elementos da House Music, incorporando outros estilos, até mesmo o Rap como: C + C Music Factory, Snap, Bass Bumpers, Culture Beat e um dos grandes representantes do estilo crossover o Technotronic.

Uma das curiosidades da época foi a cantora Marta Wash e a Loleatta Holloway que emprestaram suas vozes para diversos projetos de Dance/House music de sucesso dos anos 90, entre eles C&C Music Factory, Snap! e Black Box. Marta Wash consolidou o estilo de vocal que guiou os novos estilos da música dançante daquela época e influencia até hoje.

No Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, a House Music chegou de forma mais atrasada, mas também teve seu momento de impacto e destaque nos idos de 89 e 90. No Rio, a febre era o Rock, Charme (ou R&B) e o Miami Bass, mas alguns programas especializados no estilo deu o ponta pé inicial, como a Festa da Cidade e posteriormente o RPC Megamix, ambos de um dos maiores precursores do estilo no Brasil, o DJ Marcello "Memê" Mansur, que na época já produzia seus remixes e megamixes, como os dois exemplos abaixo, onde o DJ Memê utiliza diversos estilos, inclusive do Pop Rock nacional para mostrar do que se tratava a House e as possibilidades de produções.

Dj Memê e Frankie Knuckles - Arquivo pessoal DJ Memê

Além do surgimento de novos programas dedicado ao estilo ou tocando a House, citamos alguns DJs da época como o Nino Carlo, Naldo Torres, Felipe Venâncio e o DJ Marcelinho que fazia um programa chamado Overnight na Rádio Universitária de Petrópolis, antes de ir para RPC. Novos DJs aparecendo, diversas discotecas surgiram e outras ganharam mais atenção, principalmente por criarem matinês, possibilitando aos jovens da época o contato com boa música, destacamos: Papillon, Caligola, Babilônia, Resumo da Ópera, Psicose, Dr. Smith, Blue Garden, Imperator, Kool Ibiza, entre outras que fizeram excelente trabalho no quesito Club no Rio de Janeiro.

Com o tempo outros estilos foram incorporados e criadas novas vertentes da House Music, listamos alguns desses estilos:

Acid house

Estilo mais radical de house, gênero musical fabricado em estúdio. O acid surgiu de uma brincadeira de Dj Pierre, com o sintetizador analógico Roland TB-303, máquina essa que veio a caracterizar toda uma sonoridade que saiu em bastantes discos e gêneros posteriores. O resultado dessa experimentação resultou a faixa 'Acid Trax', considerada o marco zero da Acid House. Na verdade, sons da TB 303 já haviam aparecido em composições anteriores, mas forma de comportadas linhas de baixo. Na Acid House, a 303 cria ruídos corrosivos, distorcidos, cibernéticos e futuristas. A sustentação rítmica do acid é feita por contrabaixos eletrônicos e baterias programadas. Esses instrumentos são misturados com o auxílio de computadores a amostras diversas, como sons distorcidos de guitarras dos anos 60, orgasmos femininos repetidos e sequenciados, metralhadoras, explosões e diálogos de filmes, sempre organizados de maneira rítmica e cíclica.

Alguns atribuem o nome "acid" ao consumo de LSD conhecido vulgarmente por "ácido" e, sobretudo, Ecstasy, entre os frequentadores das casas londrinas que tocavam este gênero de música. Ainda de acordo com esta explicação, a alusão ao Ecstasy, ou apenas 'E', aparece também em muitos nomes de canções acid. Os conhecedores do estilo atribuem o termo "acid" ao som característico emitido pelo sintetizador de baixo TB-303 ao ter seus botões de controle de efeitos girados pelo artista na hora da execução de alguma linha melódica.

Acid break

É a fusão do Acid House com suas sustentação rítmica feita por contrabaixos eletrônicos, sons distorcidos de guitarras dos anos 60 e baterias programadas, normalmente criado com o TB303 (baixo) e o TR808 (bateria) da Roland, com as batidas quebradas do Breakbeat.

Soulful House

O estilo de House com forte influencia da Soul Music americana. Herdeiro do Garage House, tem nos DJs de New York seus maiores representantes.

Deep House

Estilo mais introspectivo de House até ao momento. Como o nome indica, baseia-se em sons profundos e calmos, sobre a batida 4/4 característica do House. É representado por diversas escolas com referencias diferentes, do mais orgânico (West Coast) ao sintético (Berlin, Londres).

Electro House

Estilo de House com timbres sujos, sintéticos e sombrios e com linhas de baixo ácidas,característica emprestada do electro da década de 80.

Tribal House

O uso de sons tribais (sons da selva) normalmente na área da percussão, que é exaustivamente trabalhada. Pensa-se que o tribal surgiu de uma ligação entre a música africana e a electrónica. Pode-se dizer que o Tribal é o casamento da House Music com ritmos africanos, gerando uma mistura de sons e efeitos. Observa-se também mistura de instrumentos de sopro como o saxofone na famosa track de Laurent Wolf - Saxo.

Progressive House

Estilo de House que surgiu no inicio dos anos 90. Consiste numa batida 4 por 4 com um bass mais profundo, com uma atmosfera mais elaborada e emocional onde as mudanças na música ocorrem pouco a pouco.

Tech House

Estilo de house que vem da mistura do techno com a house, sendo no caso um meio termo entre ambos. Podendo também certas vezes misturado com o deep house, resultando no Deep & Tech House.

Flash House

Na realidade, praticamente quase toda House Music que ficou na história passa a se chamar Flash House, mas predomina os sucessos entre os anos 80 e 90.

Italo-house

O estilo da House-Music fundado na Itália (provavelmente vertente da Italo Disco), tornou-se muito conhecido no Brasil, popularizando a House-Music em geral. O Italo House teve suas criações através de Samplers, área na qual os italianos foram os "mestres" do estilo. Checco Bontempi, Gianfranco Bortolloti, Pierre Feroldi foram os mais destacados nas produções do Italo House.

E no Brasil? Onde estão os novos artistas?

Passados todos esse anos, novas vertentes, DJs e artistas de house surgindo em todo o mundo, de certa forma, o Brasil ficou parado no tempo em termos de artistas especificamente de House Music, mas esse ano de 2017, surgiu uma proposta e uma oportunidade levantada pelo DJ Memê, onde busca e promete movimentar a cena com esses novos projetos/artistas de House Music Brasileira, então se você tem alguma ideia inacabada no seu computador e não tem vergonha de mostrar, envie um preview para sua fanpage e boa sorte!!!

O Gira Brazil apoia essa iniciativa e em breve abriremos espaço para esses novos artistas da House Music Brasileira.

Logo logo novos estilos ganharão destaque aqui e se tiver alguma dúvida, sugestão ou critica, fique a vontade para expressar sua opinião aqui mesmo. Para quem quiser se aprofundar ainda mais, sugiro assistir ao documentário Pump Up The Volume produzido em 2001 para o Channel 4 inglês (do livro do mesmo nome) em três partes, sobre a história da house music - como surgiu, como cresceu, como mudou e como se manteve como a força principal tanto do underground quanto do mainstream através das últimas duas décadas.

"Pump Up the Volume" é até agora, o melhor documentário sobre a história da dance music do final do século 20.Está tudo lá - do Paradise Garage até o Speed Garage. De Warehouse de Chicago até o Rage de Londres. Da house music tocada para negros nos EUA até o pandemônio dos "acid teds" na Inglaterra. Com todos seus personagens, contando histórias, relembrando momentos e explicando como nasceram suas músicas. O fio condutor dos três episódios são faixas conhecidas e desconhecidas da década de 70 até hoje.Com trechos de músicas, depoimentos de artistas, empresários e frequentadores, cenas de vídeo-clips e arquivos de filmagens originais de raves e clubes, "Pump Up the Volume" é obrigatório para quem se interessa e ama não só a house - mas a própria música eletrônica. É um tributo às pessoas que fizeram a trilha sonora das nossas vidas. O resultado final? "House é um sentimento", diz Carl Cox. Um sentimento que não dá sinais de desaparecer...

Posts Recentes
Procurar por tags
                       Siga
  • Facebook Social Icon
  • Instagram Social Icon
  • Twitter Social Icon
  • YouTube Social  Icon
  • Vimeo Social Icon
bottom of page